segunda-feira, 9 de março de 2009

sábado, 24 de maio de 2008

Mãe

Falar da universalidade do amor também é descaracterizar cada frio na barriga, cada perna tremula ou cada abraço tímido.

O amor com certeza é universal, pois frente ao medo não se faz prostrado e encurralado. O amor é anjo de mil olhos, de mil faces e de mil formas.

Longe da minha capacidade de catalogar aqui cada forma do amor, até porque eu provavelmente não conheça todas elas.

Mas eu posso dizer que ele faz o mundo girar mais devagar, ele faz Deus olhar com mais carinho, ele faz o homem esquecer suas malicias e se entregar. Claro. Falo do verdadeiro amor, aquele que queima nevascas ou que congela vulcões, pois pro amor nada é impossível.

Tu mulher das mulheres que no ventre levas a perfeição que te faz heroína.

Tu mulher verdadeira que atravessa as sombras e fazes o mundo pensar diferente.

Tu mulher que tens o dom da vida e jamais terá o da morte, pois ao teu lado tudo é imortal.

Tu, Vera, que até no nome levas a verdade. Tu que tens mil faces, assim como amor, podes dizer o quão o paraíso é maravilhoso, pois só tu pisaste nele, só tu depois das sombras pudestes contemplar a luz, luz eterna.

Por isso te digo que não dás a luz, e sim, és a luz e apenas iluminas. Tu que nas dores e enjôos eternos, sofrias feliz por sofrer.

Tu, que provas a cada dia que o amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta

Tu, que fazes o mundo menos cruel.

Tu, que amas os filhos assassinos

Tu, que alimentas os sem fome.

Tu, que és acima de tudo a face feminina de Deus.

Tu, antes garota imatura e delicada. Desabrochas em magnitude e alcanças o polimento e a perfeição do espírito em nove meses.

Tu, que fazes agora esse poeta orgulhoso de viver ao lado de ser tão impecável.

Tu que dentro das mil belezas de Era e Afrodite te mostraste mais bela e que diante de Narciso fizeste o mais profundo mergulho na morte e renasceste para a vida como fênix do pó”.

Mulher de Deus, este poeta te diz que és o maior dos amores do mundo e te dou agora esse presente, como prova do meu reconhecimento. Pois ao contrario do que pensam, os poetas também tem mães e se um dia nenhum amor mais me quiser. Com certeza, eu, Chahrour, teu filho, sempre serei teu maior querer. (Chahrour)

Mulher

Tu que te preocupas tanto com o teu exterior, com o que aparentas ser. Eu resolvi escrever esse texto pra te mostrar que o que tem por dentro não é só mais importante, mas sim o fundamental pra que sintas o que realmente és.

Teus olhos descrevem perfeitamente a intensidade do teu ser, eles mostram tua fragilidade intensa a qual faz tremer os mais bravos ou faz chorar os adultos mais firmes. Eu que gosto tanto de falar de olhos agora falo dos teus. Que antes pra mim assim como os outros tinham cor indefinida, mas a certeza embotada neles me demonstrou a cor. Cor de certeza incerta ou até de fragilidade indestrutível. Cor de doçura e ao mesmo tempo sagacidade. Tu que pensas tão pouco no quanto és, agora te digo que és mais do que metade do que muitos serão pela metade.

O teu corpo descreve o percurso perfeito do vento que atravessa os oceanos como um simples movimento pendular, estes que balançam teus cabelos. E no mais repetitivo dos versos, repito sobre o amor que transpareces, esse parece até teu cheiro, o amor mais inocente possível apesar de ver tantas prostituições apaixonadas.

Tu não te reconheces e isso te torna mais pura. Tu não sentes o teu poder por isso te trocas sempre em miúdos quando na verdade darias uma bíblia resenhada e descrita nos mínimos detalhes.

Te resumir seria falar do corpo sem citar o coração. Seria não sentir o quão o teu grande senso de humor irradia no ambiente.

É teu odor. Odor de fruta bicada, mas que sempre resplandece com o raiar do sol, e onde o teu brilho se confunde com o do astro.

Agora me digas tu, criatura de tanta perfeição como consegues nos teus graves desvios e erros ser perfeita até errando?

Como ludibrias os mais convictos ou fazes de ti alvo para tudo quando na verdade és o caçador?

Se como dizem que o amor é pros estúpidos, queria eu cair nas graças da magnitude da tua estupidez.

É engraçado até ver o delineamento do teu rosto de métrica tão impecável que até esse texto se torna incapaz de descrever por mais minucioso que seja, me equivoco ao falar de texto, prefiro falar da infinidade das palavras e línguas vigentes que se tornam inúteis pra falar de ti.

Se Deus errou em algum momento, não foi no teu molde, mas na incapacidade dos homens de te compreenderem. Pois afinal o homem só compreende o que é do próprio homem e não seres banhados em poças de mel e amor como tu.

Ao escrever isso lagrimas correm pelo meu rosto como crianças brincando de ciranda, não por tristeza, mas pela honra de talvez ter sido o primeiro a te descrever.

Em meras metáforas compararia tua passagem com a luz matutina maculando o negro céu da madrugada

Muitos homens morreram com vitórias inestimáveis em suas costas, alguns morreram com derrotas homéricas, mas eu viverei pra sempre imortalizado por essas palavras. Como o único que descreveu com tanta perfeição um ser perfeito nas imperfeições.

Todo ser humano nasce grande e perfeito, mas poucos se deixam libertar, se deixam bater asas e mal sabes o quanto as tuas asas são bonitas quando abertas, mas tuas incertezas são um sobretudo em tua divindade. (Chahrour)